Dia do Psicanalista! ;) <3
Até a bruxa metapsicologia está festejando... e por favor, coma um fatia de bolo em homenagem ao "Sigi de ouro"
Sigismund Shlomo Freud nasceu há 165 anos… hoje.
E hoje é o Dia do Psicanalista.
Assim, faço deste post minha singela homenagem a este gênio e coloco alguns fatos dispersos apenas para comemorar com colegas praticantes da Psicanálise esse dia – que deveria ser feriado! :)
Meu caro leitor, o que você acha que ganharia quando uma artista de quadrinhos e uma psicanalista unem forças para um projeto originalíssimo? Você ganha uma história em quadrinhos brilhante, divertida e sangrenta — pura ambivalência — sobre Sigmund Freud, o psicanalista mais respeitado e reverenciado da história desta ciência.
Freud é uma história em quadrinhos escrita pela economista, historiadora e psicanalista Corinne Maier com os belos traços e cores fornecidos por Anne Simon, uma das melhores jovens cartunistas da França. O livro atinge um equilíbrio preciso entre narrativa informativa, imagens encantadoras e diálogos espirituosos a tal ponto que, mesmo que você ache a Psicanálise insuportável, abominável, os quadrinhos uma gigantesca inutilidade e Freud o maior charlatão do século XX, você terá que se esforçar para não rir.
A Cia. das Letras já lançou por aqui, e você pode encontrar na web ou em grandes livrarias.
Mas, voltando ao Sigi... vou jogar aqui alguns parágrafos interessantes!
Sua mãe, Amalia, de 20 anos, ficou obcecada com o meninão, achou que ele era uma criança prodígio e o chamou de "meu Sigi de ouro". E ele era sim! Raramente mães erram num diagnóstico, não é?
Seu pai, Jacob, de 40 anos, ele próprio já avô, estava menos apaixonado pelo molecão; e depois de encontrar Sigi de 7 anos urinando em seu quarto, declarou — “esse menino nunca valerá nada”. Aahahaha, estes “daddys” enciumados… são estruturalmente edipianos.
Sigmund tinha 40 anos quando Jacob morreu. Nessa época Freud declarou — “A morte do meu pai me afetou profundamente e eu o valorizei muito. Senti como se tivesse sido dilacerado pela raiz. Logo percebi a necessidade de fazer uma auto-análise, e isso fiz com a ajuda de uma série de meus próprios sonhos que me levaram de volta através de todos os eventos da minha infância.”
Ahhhh, sonhos… metapsicologia, tópicas freudianas… o Inconsciente… o Complexo de Édipo… Quantas novidades para a época de Sigi não é mesmo?
Freud escreveu “A Interpretação dos Sonhos” exatamente nessa época. Ele a chamou de — “A mais valiosa de todas as descobertas que tive a sorte de fazer... Uma percepção como essa cai para a nossa sorte, mas uma vez na vida. Foi uma parte de minha própria auto-análise, minha reação à morte de meu pai — isto é, o evento mais importante, a perda mais pungente da vida de um homem.”
“A Interpretação dos Sonhos” como sabemos, é sua obra-prima. Se você Psicanalista nunca leu… aconselho ler IMEDIATEMANTE!
Seus escritos coletados mais tarde compreenderiam 24 volumes de prosa generosa, musical, profundamente importante e de grande influência para todos nós psicanalistas! Sempre se retorna à Freud, não é?
Freud ganhou o Prêmio Goethe de literatura. Merecidamente.
Os textos de Freud tem uma característica singular. Cada vez que os lemos, compreendemos algo novo. Vemos naquelas linhas, novas possibilidades que não tinhamos enxergado anteriormente. Sempre vale reler um texto novamente depois de certo tempo. E sempre fiquem atentos às notas de rodapé!
Suas conexões com os homens foram longas, intensas, apaixonadas, voláteis e às vezes desastrosas. Suas amizades com as mulheres muito importantes, sérias e duraram até a sua morte.
As ideias de Freud mudaram nosso mundo. Pode-se discordar de suas teorias, suspeitar da importância que ele deu à sexualidade ou achar seu pessimismo desagradável, mas não é mais possível considerar suas experiências irrelevantes, suas motivações transparentes (sempre muito profundas) ou apenas o seu ego sensível. Era um ícone, muita além de seu tempo.
Sua ideia foi a Psicanálise. Ele a inventou.
Obrigado Freud lindão!